Category Archives: Torgas vivas

Essência romântica

Este domingo celebra-se o Dia dos Namorados. A pretexto de celebrar a lenda de S. Valentim – bispo condenado à morte, por promover os casamentos contra as ordens do imperador que desejava guerreiros solteiros -, festeja-se o amor romântico… pelo menos supostamente.

Atualmente, o Dia dos Namorados é essencialmente um exercício de consumismo. Como todas as celebrações na nossa sociedade tornou-se uma oportunidade de comprar e vender. A verdadeira essência do romantismo foi, assim, banalizada. Mas, este ano, talvez urja celebrar a possibilidade de amar a dois e revitalizar essa essência.

A solidão é, ainda, mais evidente em tempos de COVID, tantos são os que perdem os que amam, tantos são os que se encontram apartados dos seus amores, tantos são que estão impedidos de os procurar. Por isso, quem está próximo da sua cara metade pode sentir-se grato e demonstrar essa gratidão. Mais que prendas compradas no supermercado ou na internet, são necessários gestos: a carícia, a flor do campo, o jantarinho caprichado, o poema inspirado, o filme partilhado, a videochamada cantada ou a torga num coração.

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Minorca

Entre as Torgas Vivas, há uma torga tão pequena que quase sempre é ignorada. Há entre as Torgas Vivas aladas, uma criatura que quase não é pássaro. Há uma Torga Viva que, talvez pelo seu diminuto tamanho, talvez pelo seu aspeto tosco, captou a estima de uma doce lourinha.

Há o Minorca, uma Torga Viva.

Salva da fogueira

Descalçada a bota, é preciso continuar a caminhar. Desta vez, um toco de oliveira foi salvo da fogueira e já se encontra sobre a bancada. Uma vez mais, uma dádiva da boa vizinhança!

Foi preciso escavar, escarafunchar para retirar a terra de cada reentrância. E, surpreendentemente, um magnífico odor a azeitonas pairou na oficina. Uma prova da sabedoria dos persas que afirmavam que a oliveira nada esquece.

Agora, limpa a madeira quase verde é preciso sonhar e nas formas desta oliveira a sua nova identidade encontrar. Não será uma torga, mas será a próxima criação de Torgas Vivas.

Alguém quer dar asas à imaginação?

Descalçar a bota

Os dias gelados, os números desgraçados que não param de aumentar, os baldes de água fria de exposições a adiar… tudo parece apelar ao entorpecimento, convocando o desejo de parar. Mas porque a vida é caminhada e a arte a forma mais bela de caminhar, esta semana as horas foram passadas a criar uma bota gigante capaz de enfrentar o ambiente glaciar.

É uma bota resistente, feita de um pendural centenário doado por um amigo. Bela madeira de carvalho que suportou o cume de um lar e resgatada se tornou num nobre calçado. Quem terá cortado a magnífica árvore? Que sonhos e projetos guardava? O pensaria da reviravolta do destino que desceu ao chão aquilo que mantinha a casa no ar?

Agora temos uma grande bota: uma bota de cano alto com alça requintada. Quem sabe para dar um pontapé no vírus, na crise e no isolamento que nos faz desesperar?

No coração…

O Natal era um tempo especial. O tempo em que estávamos habituados a reunir com os mais amamos, entre doces e presentes. O tempo em que abraços e beijos não se regateavam. Este ano a necessidade de estar próximo opôs-se à necessidade de nos mantermos seguros. A proximidade física, subitamente, tornou-se ameaçadora, e a preocupação para com os mais frágeis transformou-os em prisioneiros sem direito a visitas. Mas há sempre uma forma de nos mantermos próximos.

Para alguém especial com quem não podemos, ainda, estar uma torga especial. Apenas um pequeno coração para quem está no nosso coração, porque o Natal é sempre um tempo especial.

O regresso da Coroa do Advento

Uma vez por ano, no primeiro domingo do Advento a nossa Coroa do Advento reaparece na igreja paroquial de Santa Cruz da Trapa. É sempre com emoção que a vemos retornar para assinalar este tempo especial.

Foi uma obra solicitada, pensada, carregada de simbolismo, como, aliás, o lugar que ocupa na comunidade paroquial exige. As velas, o globo, Alpha e Omega… cada pormenor ponderado para que os gestos exteriores tenham reflexos na intimidade de cada crente.

Até ao Natal, em cada domingo uma vela será acesa. Este domingo acendeu-se a vela da esperança, que ela arda fulgurante nos nossos corações.

Nessie: fascínio do oculto

Há um fascínio no oculto que não sabemos explicar. Histórias de bruxas e fantasmas, monstros e outros seres sobrenaturais enfeitiçam, mesmo aqueles que não acreditam.

No dia 18 de novembro celebra-se o Dia do Oculto. Quando um terror real se infiltrou nas nossas vidas, talvez seja bom celebrar a possibilidade de acreditar em algo mais, nem que seja por esta noite apenas.

Nessie, o monstro do lago Ness faz parte do nosso imaginário. Uma criatura mítica, descendente de outras eras que persiste quase incógnito, apesar das tentativas de o encontrar. Um monstro que da longínqua Escócia alimenta baladas, filmes, desenhos animados mas também esculturas. Este é nosso Nessie!

De um tronco brotam flores

Flores… do tronco brotam flores…

Numa hora em que um minúsculo pedaço de não vida ameaça todos os gestos de delicadeza é bom saber que de um tronco morto podem brotar flores. É bom poder criar mais um “cabideiro” e fazê-lo evocar um candelabro florido, relembrando que a luz sempre supera as trevas e em tudo se pode encontrar beleza.

De facto, é apenas um pau limpo, torneado, ao qual se colaram restos de jardim. Mas é, também, um símbolo de esperança na obscuridade dos dias. Talvez as chamas em que culminam as hastes aqueçam por um momento um coração, talvez as flores arranquem um sorriso por trás de uma máscara… talvez trazer um bocadinho de doçura às sombras seja suficiente.

The Big Sax

Enquanto a exposição Torgas Vivas se mantém em Oliveira de Frades, The Big Sax estreia-se em Santa Cruz da Trapa.

 A ideia para The BIG Sax nasceu do convite do Maio Florido. Abortado o festival devido à pandemia, permaneceu a ideia de fazer um grande instrumento que celebrasse o poder encantatório da música. E porque não um saxofone?

Campeão da expressividade e da intimidade, o saxofone é em si mesmo um tributo à criatividade e engenho do ser humano. Adolphe Sax criou o saxofone como mediador entre os timbres das madeiras e dos metais.

Assim, não é estranho que o Big Sax seja feito de madeira, já que essa é a sua verdadeira família. É a vibração de uma palheta de madeira que produz os sons que nos emocionam.

Assim, não é estranho que um velho chorão se transforme em gigante instrumento de sopro. E que, em vez dos lamentos do vento, evoque agora o fôlego dos músicos e os devaneios dos ouvintes.

Assim, não é estranho que The Big Sax se tenha tornado o título para toda a exposição de instrumentos musicais patente no Centro Cultural Casa do Povo em Santa Cruz da Trapa até meados de novembro.

Venham conhecê-lo!

Dia do Gato

Parece que hoje é o Dia Internacional do Gato… parece, porque há em fevereiro outro dia do Gato. Os pequenos felinos não provocam unanimidade, nem mesmo quanto aos seus dias.

A controvérsia estende-se a todos os domínios do nossa ligação com os bichanos. Há quem venere gatos, há quem os não suporte. Uns admiram a sua independência, outros acusam-nos de frieza. Os gatinhos bebés são campeões de likes nas redes sociais, os gatos pretos culpados do azar…

Nas Torgas Vivas há também um gato. O Gat-ET faz parte do primeiro grupo de Torgas Vivas. É uma figura estranha! Na imensa cabeçorra sobressaem os olhos amarelados, as orelhas em bico e os bigodes de vassoura. A cauda empina-se como se de uma antena se tratasse.

gatet

O Gat-ET era presença indispensável nas primeiras exposições e suscitou grandes paixões entre os meninos dos jardins de infância. Houve desenhos e histórias para este gato do outro mundo. De facto, quem o vê não consegue ficar indiferente ao seu ar misterioso. Como qualquer outro gato, o Gat-ET preserva os seus segredos.