Category Archives: Torgas vivas

Advento

Advento é sempre tempo de esperança, para nós é também uma oportunidade de revermos a Coroa de Advento na igreja matriz de Santa Cruz da Trapa.

Ao domingo é com emoção que vemos acender as velas que nos aproximam do Natal. Que maravilha podermos contribuir para este belo momento de partilha e oração na comunidade!

Setembro dos regressos

É o setembro dos regressos…

A chuva voltou, as mochilas estão de novo carregadas de materiais escolares, os casacos começam a sair dos armários e as rotinas instalam-se. E há rotinas às quais é tão bom retornar!

Agora que as visitas de Estio já partiram, na oficina, já há dois projetos em andamento. Um pequenino ainda é segredo de tão especial. Do outro já podemos apresentar a primeira imagem…. imagem que revela o muito que há a fazer.

Uma vez mais, um amigo fez-nos uma oferta: uma oliveira que secou, após ter sido transplantada e que com tempo e trabalho há ganhar nova vida!

Cabideiro n.º ?

Um novo cabideiro está em espera…

Os cabides de pé surgiram por acaso: um tronco oferecido, uma experiência para um amigo expor no seu estabelecimento e…. gostámos!

A possibilidade de experimentar outras madeiras, outros tamanhos, outros conceitos é aliciante. Entre ofertas de troncos e novos pedidos vão, por isso, surgindo árvores-cabide.

Atualmente, há mais uma à espreita… novamente para um estabelecimento, novamente para um vizinho.

Em breve, estará por aí…

Corocó!

Há dias para tudo!

Hoje é Dia Mundial dos Animais de Quinta. Pode parecer algo estranho para assinalar, mas a verdade é que nem sempre reconhecemos aqueles que estão perto. É frequentemente comemorarmos dias de espécies selvagens ameaçadas pela perda dos habitats, pela caça e por tudo o que o ser humano tem vindo a fazer contra o frágil equilíbrio da nossa casa comum. Dos animais que são produzidos “em massa” como se de coisas se tratassem já não é comum lembrarmo-nos.

Muitos animais nascem apenas para satisfazer os apetites da sociedade de consumo , vivem vidas de sofrimento e mortes atrozes. Nem sequer poderão ser considerados animais de quinta, pelo menos no sentido tradicional: a quinta onde o agricultor cultiva os seus legumes e cria os seus animais que o auxiliam nas tarefas agrícolas e lhe servem de sustento. Que vidas são as destes seres?

O segundo dia de Outubro é, assim, um apelo à reflexão sobre a forma como condicionamos as vidas dos animais que estão tão perto de nós e tão longe da nossa consciência. Foi o dia escolhido por ser também o dia de nascimento de Ghandi, alguém que vivia em profundo respeito por todos seres.

Nas quintas de outrora e nas que ainda subsistem, o galo é rei.

Quem não gosta de acordar com o canto do galo?

Talvez o canto do nosso Corocó nos possa despertar.

Desafios

Às vezes, surgem desafios que nos fazem descobrir talentos e aprimorar competências. Foi assim no início deste projeto: três raízes envernizadas na sala e o desafio de uma exposição, um repto que tornou um ato singular num caminho de encontro de si próprio, na descoberta de talentos de infância esquecidos.

Ao longo do percurso foram surgindo outros desafios: convites para oficinas, apresentações online, entrevistas… Cada um trouxe inseguranças, reflexões, pesquisas e necessidade de reinvenção. Aprendemos, crescemos a cada passo.

Agora um amigo artesão com proposta de criar uma figura especial trouxe um novo desafio. Olhar aprofundado para cada uma das imagens, escolhe-se a madeira, estudam-se as perspetivas, aprimoram-se os gestos: burilando, escavando, traçando… e, uma vez mais, aprende-se.

Coisas da Língua materna

No dia 21 de fevereiro assinala-se o Dia Internacional da Língua Materna. Às vezes, esquecemos o papel que a nossa língua tem na forma como percebemos o mundo. Este projeto é também feito de palavras e as suas fundações assentam em duas palavras poderosas: “Torgas”, “Vivas”.

“Torgas” remete para a profundidade das raízes e a sua resiliência, mas evoca também o calor do carvão, as brasas… remontando a memória de homens e mulheres descendo a serra com as suas cargas preciosas à cabeça, o esforço imenso para minorar vidas de miséria. No entanto, no singular “Torga” será irrevogavelmente associado a um dos mais ilustres amantes da Língua Portuguesa, Miguel Torga.

“Vivas” não tem origem mais modesta. Acreditar que as nossas esculturas estão, de facto, vivas é a convicção fundamental desta aventura. Mesmo que as hastes verdes tenham há muito abandonado as nossas raízes, elas permanecem vivas pelo poder da imaginação e a magia operada pelas ferramentas. Há movimento, há vida em cada escultura.

Os nomes das Torgas Vivas são, pois, uma parte importante deste projeto. Há torgas cujo nome é evidente ainda elas estão cobertas de terra. Outras há que ainda na oficina suscitam comentários espontâneos e a identificação é imediata. Existem, porém, outra classe: Torgas Vivas cujo nome é alvo de discussão durante dias, incitando pesquisas e leituras ou mesmo Torgas Vivas cujo “batismo” se vai protelando até que uma exposição força à tomada de uma decisão.

Nestas últimas, o recordista foi “O Coiso”. Semanas e meses à procura de um nome. Cada visitante era um potencial padrinho. Muitos o miraram e refletiram sobre a sua pose, o seu olhar. O dedo em riste: a acusar? a indicar? a assinalar uma ideia? O sorriso equívoco: trocista? amável? Houve muitas sugestões: “Pai tirano”, “O acusador”, “O Guia”, “Siga”… mas nada parecia colar. “O Coiso” continuava a olhar-nos enigmático, como quem esconde um segredo. Um dia nos preparativos finais de uma exposição, surgiu a questão: “E o que fazemos com o coiso?

Coiso ficou! E não é que acertámos? De acordo com o Dicionário Online Priberam, coiso significa:

Qualquer indivíduo masculino cujo nome se ignora ou não se quer nomear.

“coiso”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/coiso [consultado em 20-02-2022].

Coisas da Língua Portuguesa…

Adivinha

No Novo Ano as formas aprimoram-se e uma nova Torga Viva já se vislumbra. Conseguem adivinhar?

Uma pista?

No projeto Torgas Vivas abundam as formas zoológicas e esta não será exceção:

Presentes estão serpentes,

Aves elevam-se nos ares,

Do mar a baleia nos vem saudar,

No chão espreita o escorpião

e felinos elegantes gostam de vaguear

Que nova criatura a esta família se irá juntar?